segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Maria Bonita, A Rainha do Cangaço.


Maria Bonita, A rainha do Cangaço (1911 - 1938)



Maria Gomes de Oliveira, Vulgo Maria Bonita. Foi a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros.


A Origem do cangaço

Desde o século XVIII, com o deslocamento do centro dinâmico da economia para o sul do Brasil, as desigualdades sociais do nordeste se agravaram. Entretanto, no sertão, onde predominava a pecuária, consolidou-se uma forma peculiar de relação entre grandes proprietários e seus vaqueiros. Entre eles, estabeleceram-se laços de compadrio (tornavam-se compadres), cuja base era a relação de fidelidade do vaqueiro ao fazendeiro, com este dando proteção em troca da disponibilidade daquele em defender, de armas nas mãos, os interesses do seu patrão.
Os conflitos eram constantes, devido à imprecisão dos limites geográficos entre as fazendas e às rivalidades políticas, transformadas em verdadeiras guerras entre poderosas famílias. Cada uma destas fazia-se cercar de jagunços (capangas do senhor) e de cabras (trabalhadores que ajudavam na defesa), formando verdadeiros exércitos particulares.
Nos últimos anos do Império, depois da grande seca de 1877-1879, com o agravamento da miséria e da violência, começaram a surgir os primeiros bandos armados independentes do controle dos grandes fazendeiros. Por essa época ficaram famosos os bandos de Inocêncio Vermelho e de João Calangro.
Contudo, somente na República o cangaço ganhou a forma conhecida, com Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Que aterrorizou o nordeste de 1920 a 1938. Havia uma razão para esse fato. Com a proclamação da República em 1889, implanta-se no Brasil o regime federalista, que concedeu uma ampla autonomia às províncias, fortalecendo as oligarquias regionais. O poder dessas oligarquias regionais de coronéis se fortaleceu ainda mais com a política dos governadores iniciada por Campos Sales (1899-1902). O poder de cada coronel era medido pelo número de aliados que tinha e pelo tamanho de seu exército particular de jagunços.
Esse fenômeno era comum a todo o Brasil, mas nos estados mais pobres, como Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, os coronéis não eram suficientemente ricos e poderosos para impedir a formação de bandos armados independentes. Foi nesse ambiente que nasceu e prosperou o bando de Lampião, por volta de 1920, coincidindo o seu surgimento com a crise da República Velha. Depois da morte de Lampião, em 1938, nenhum outro bando veio ocupar o seu lugar. Com o fim da República Velha em 1930, encerrava-se também a era do cangaço.
O Ideal dos Cangaceiros.


O ideal dos cangaceiros era roubar das pessoas que teriam dinheiro como fazendeiros, generais e ajudavam o povo em troca de informações, seria mais como um Robinhood nordestino. Fazendo a sua própria justiça.

Entrada de Maria Bonita no Bando.

Depois de um casamento frustrado e fracassado, no qual não gerou filhos, em 1929 tornou-se a namorada de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, conhecido como o "Rei do Cangaço".
Morando na fazenda dos pais, um ano depois do namoro foi chamada por Lampião para fazer efetivamente parte do bando de cangaceiros, assim se tornando a mulher dele, com quem viveria por longos oito anos.
Com o cangaceiro, Maria Bonita teve uma filha de nome Expedita Ferreira Nunes, que ela e o marido deram para um casal de amigos vaqueiros criar, e os gêmeos idênticos Arlindo e Ananias Ferreira de Oliveira, que morreram ainda bebês. Ela engravidou duas vezes seguidas e em ambas as gravidez perdeu os filhos, sendo eles natimortos, ou seja, morreram no parto. Engravidou mais três vezes, mas sofreu três abortos.
Morreu em 28 de julho de 1938, quando foi degolada ainda viva pela polícia armada oficial (conhecida como "volante"), assim como Lampião e outros nove cangaceiros.

Lampião, O Rei Do Cangaço. (1898 – 1938)



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